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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

-Escrito a Sangue-




[Não viu o capítulo anterior? Clica aqui pra saber como foi.]

    Julius tira de seu bolso um lenço manchado se sangue. Ele diz: “tratei de guardar comigo este ‘presente’ daquele filho da mãe do Joseph. [sorriso] Ha, eu ainda posso ouvir seus gritos de socorro enquanto eu tirava um por um seus dedos ridículos que ele usou para apertar o gatilho daquela espingarda que tirou sua vida, mãe. Você ainda tinha tanto tempo pela frente! Você morreu com apenas 20 anos... E há vinte anos você se foi... Ainda lembro, por mais vaga que seja a lembrança, de seu sorriso... De sua mão acariciando meus cabelos... Aquele bastardo não merecia viver. Então, tratei de fazer justiça à sua memória, mãezinha. Ele pedia perdão por tê-la matado, mas na minha cabeça só vinha a imagem de você estendida naquele chão imundo da casa onde vivíamos com aquele traste. Então, tratei de marca-lo a ferro, como ele fez comigo. Esquentei bem para que ele sentisse o quanto aquilo doeu em mim...”
    A delegada Fernanda Vaz Coelho pede para que o inspetor Arnaldo adiante na leitura do diário, então ele continua: “aqui ainda vem dizendo que ele após marcar o pai a ferro, desmembrou-o e o degolou, atirando o corpo, já cortado, aos cães que o pai criava. E então, depois, tratou de queimar os restos guardando as cinzas num pequeno jarro de barro. Ele ainda diz assim: ‘depois disso, senti um alívio! Uma coisa me dizia que parte de mim havia se libertado.’”
    - Como assim “algo me dizia que parte de mim havia se libertado”? Esse garoto já tinha em mente de fazer tudo o que fez depois do pai? E... Essa tinta não me parece ser tinta de caneta. Arnaldo, você tem algo a mais para me dizer?
    O inspetor diz:
    - Sim. Infelizmente tenho mais e más novidades... Isto realmente não é qualquer tinta, mas sim, sangue. Possivelmente das vítimas daquele maníaco!
    A delegada Fernanda se espanta e pergunta:
    - Como que ele fazia para escrever essas anotações com o sangue das vítimas? Ele andava com uma caneta!? Como ele os matava?
    O inspetor Arnaldo responde:
    - Ele atraía as vítimas para hotéis, pousadas, chalés – até mesmo esse chalé – para praticar as atrocidades. Então, depois de torturá-los, ele os dependurava e fazia um pequeno corte em seu pescoço e então, com um balde ou vasilha ele colhia o sangue e escrevia, sim, com uma caneta de pena, que era usada anos atrás.

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